Controladoria

Controladoria: dicas para sua gestão não derrapar e sair da disputa

Decisões acertadas, processos transparentes, excessos eliminados: estes são apenas alguns dos benefícios que uma controladoria pode trazer à sua empresa

Você se lembra de um famoso jargão publicitário que dizia que “potência não é nada sem controle”? Era de uma marca de pneus, que se utilizava do oportuno raciocínio segundo o qual um motor veloz depende da qualidade do pneu para funcionar com mais segurança. “Mas o que isso tem a ver com a minha gestão?”, você deve estar se perguntando. Bem, na verdade, tem tudo a ver. Porque neste artigo vamos falar sobre um assunto que pode muito bem exercer o papel de “pneu” para o motor do seu empreendimento, fazendo com que ele se desenvolva com mais qualidade e eficiência: a controladoria.

E pode acreditar que controladoria é assunto sério. Afinal:

Segundo dados do IBGE, 48,2% das empresas brasileiras encerram suas atividades após três anos da sua abertura.

Ou seja, quase metade das empresas acabam por “derrapar” e se acidentar, saindo da disputa ainda nas primeiras voltas.

E, segundo pesquisas realizadas pelo Sebrae, quase todos os motivos para esse fim precoce se relacionam à falta de planejamento e ao descontrole na gestão. A conclusão é óbvia: se houvesse, entre os empreendedores brasileiros, uma cultura mais disseminada de controladoria, este número certamente seria menor.

Mas de controladoria, só conheço a “geral da união”. O que é, exatamente?

A referência à CGU é bem oportuna. Porque se trata de um órgão do Governo Federal responsável por auxiliar, direta e imediatamente, o Presidente da República em assuntos relativos à defesa do patrimônio público e ao incremento da transparência da gestão. O órgão faz isso por meio de atividades como controle interno, auditoria pública, correção, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria.

Ou seja, uma função bastante próxima à da controladoria na gestão de uma empresa: a de ajudar o empreendedor a de fato obter controle das operações, e a tomar as decisões mais acertadas.

A controladoria é considerada um segmento de administração ou de contabilidade, e pode ser dividida justamente em Controladoria Administrativa e Controladoria Contábil. Porém, na prática do cotidiano, as duas costumam ficar sob o comando de um único gestor, geralmente chamado de controller, ou controlador.

A controladoria também costuma ser uma área de staff – ou seja, de assessoria e consultoria, normalmente fora da pirâmide hierárquica de uma organização.

Por que ter uma controladoria se tornou tão importante?

Porque os tempos e os paradigmas mudaram. Hoje, a competitividade é muito maior, a tecnologia avança sem parar, e os consumidores estão cada vez mais exigentes. Para se destacar nesta conjuntura, sua empresa é praticamente obrigada a desenvolver um planejamento estratégico que atenda a estas novas necessidades de stakeholders (clientes, fornecedores, acionistas, bancos, órgãos fiscalizadores, etc). Um planejamento sólido, com decisões no presente que deem suporte a boas consequências no futuro.

E uma controladoria é indispensável para a gestão disso tudo. O órgão tem a missão de otimizar a tomada de decisões, aumentar a transparência e fornecer informações eficazes: tudo para aprimorar a gerência dos seus negócios, tornando-os mais consolidados.

Como uma controladoria opera na prática?

A metodologia da controladoria é baseada no processo de controle. Na prática, ela se desenvolve por meio de padrões de qualidade que devem ser previamente estabelecidos, sempre a partir do planejamento e do orçamento da sua empresa. E todos os colaboradores devem estar envolvidos, desde os níveis mais altos até os operacionais. Desta forma, a controladoria poderá prestar contribuições importantes ao progresso da sua organização, possibilitando o equilíbrio diante das dificuldades existentes no ambiente operacional.

O processo geralmente tem início pela estruturação de operações contábeis, financeiras e das áreas de apoio. Na sequência, cuida-se do custo integrado à contabilidade, da formação de preço de venda e, por fim, de tudo o que contribuir para que você tome as decisões mais acertadas: orçamento empresarial, controle matricial de custos e despesas fixas, fluxo de caixa prospectivo, soluções financeiras e de captação de recursos, análise do desempenho por negócio, etc.

Desta forma, a controladoria poderá definir – sempre com a sua participação, claro – os padrões de controle, e projetar os resultados com enfoque nos seus objetivos. E deve fazer isso de modo a eliminar qualquer risco de excesso, desperdício ou roubo. Assim, o controller vai elaborar uma análise comparativa entre os resultados e os padrões de controle estabelecidos. Por meio destes procedimentos, conseguirá observar os desvios – ou seja, a diferença entre os resultados e os padrões. Após a verificação dos desvios, elabora-se uma análise da relevância, a fim de apurar se estes desvios comprometem os seus objetivos.

O que devo procurar em um controller?

Só para retomar, o controller é o profissional que se responsabiliza pela controladoria das suas operações. Suas atribuições costumam ser:

  • Monitorar a contabilidade fiscal
  • Elaborar orçamentos e previsões de negócios
  • Desenvolver projetos
  • Gerenciar a tesouraria
  • Acompanhar o departamento financeiro
  • Organizar o planejamento tributário
  • Participar da Previsão Orçamentária Anual (Budget)
  • Participar do planejamento estratégico
  • Elaborar relatórios para tomada de decisões.

Como você pode perceber, ele vai atuar no “sistema nervoso central” da sua empresa. Por isso, é muito importante que você entregue o cargo a alguém em quem tenha plena confiança. Também é essencial que o profissional conheça bem o seu ramo de atividade, assim como seus objetivos e metas, para que ele possa contribuir melhor com a tomada de decisões.

Enfim, estas são apenas algumas informações para ajudar você a implementar instrumentos de controle na sua empresa. Afinal, aquele slogan do início é muito verdadeiro. Para sua gestão não derrapar e continuar competitiva, é sempre bom lembrar que “potência não é nada sem controladoria”.

Fonte: https://endeavor.org.br/financas/controladoria/

Menu